Ler por prazer!

Resumo:Desenvolver o gosto pela leitura é o tema a que se pretende discutir nesse texto.É possível estabelecer um vínculo de prazer ao ato de ler?Tudo depende da forma como é apresentado tal prática ao indivíduo na sua mais terna infância.Se a leitura do mundo precede a leitura da palavra, estimular o imaginário da criança através de contos diferentes pode ser um bom começo. Palavras chaves: infância,leitura,prazer.

Introdução:Existe coisa mais divertida do que ler para as crianças?Magia,fantasia e imaginação são apenas alguns dos elementos presentes nesses momentos, muitas vezes inesquecíveis. Por que as escolas formam tão poucos leitores e o gosto pelos livros ainda é (quase) uma raridade em nosso país? Tendo como foco "ler por prazer" é que vejo a importância dos primeiros contatos de uma criança com um livro e saliento que as crianças precisam ser incentivadas pelos adultos, pelas pessoas que estão a sua volta, principalmente, porque a criança sente uma vontade irresistível de imitar o adulto.É preciso aguçar aquilo que a criança já possui de sobra:a curiosidade pelo simples desejo de conhecer as coisas, por isso é muito importante que o adulto aprenda a lidar naturalmente com a sua curiosidade de modo que seja possível transformar essa mesma curiosidade em uma espécie de ferramenta favorável à aprendizagem das mais diversas formas de leituras que o mundo oferece. Encantamentos, fantasia, mágicas. Eis os ingredientes principais das histórias de minha infância. Lembro-me que quanto mais histórias minha professora me contava, mais a nossa curiosidade aguçava. Mais histórias queríamos saber, quantas mais houvessem. Esquecíamos do mundo, do tempo, nada mais importava. Diante disso tudo, uma questão se impõe: por que será que a criança necessita tanto da fantasia?Yunes e Pondé(1989,p.47)afirmam: A fantasia é uma maneira de traduzir a realidade(...)O discurso literário abre perspectivas para a percepção do mundo do ponto de vista da infância, traduzindo então suas emoções, seus sentimentos, suas condições existenciais em linguagem simbólica que efetue a catarse e promova um ensaio geral da vida:isso já ocorre com o brinquedo em que a própria criança pode tornar-se narradora, o "autor" do texto. Em entrevista a Revista Veja(1993,p.7,8)René Diatkine, um psicanalista francês que defende a leitura dos contos infantis para a formação de adultos saudáveis, diz o seguinte: É o jogo entre a linguagem do cotidiano e do texto dos contos que enriquece o imaginário infantil(...)a leitura não deve ser encarada como aprendizado puramente escolar.Ler um conto é uma brincadeira que deve ser repartida com prazer;as crianças precisam de histórias que as levem a conhecer outro mundo. Fico a imaginar como seria bom se nós professores preocupados com a promoção da leitura, com o prazer inigualável que a leitura pode proporcionar desenvolvêssemos, priorizássemos mesmo, essa capacidade de seduzir, de atrair, de formar leitores em busca de leituras diversificadas, efetuadas e com PURO PRAZER. Para se formar(ganhar)um leitor, é preciso despertar na criança o prazer de realizar inúmeras descobertas em um livro, uma revista, em um gibi, em um jornal.... das suas alegrias e tristezas, das suas dores e inquietações, dos seus sentimentos e desejos secretos. Conforme Araújo(2000, p.09), a leitura deve ser usada "como um instrumento de transformação dos indivíduos na perseguição de uma causa comum a todos: a felicidade, o pleno prazer de todos que fazem parte de nossa sociedade." Araújo(idem,p.52), alerta que "Os problemas gerais que cercam o ato de ler no Brasil(passam)pela falta de planejamento pedagógico da leitura, a pobreza do produto, os objetos do mercado,o que faz da leitura para as crianças uma terra de ninguém.

A prática desenvolvida:O principal objetivo deste trabalho é destacar a leitura com prazer, propiciar atividades que possibilitem um comportamento "leitor"; fazer com que as crianças se tornem leitores autônomos e busquem por si só novos livros, só pela curtição de viajar em suas páginas. Tendo como foco a falta de interesse pela leitura, propus estimular, despertar o interesse pelos livros e contos. Utilizando-me de uma proposta de ensino baseada em meu tema e apoiada na teorização de autores nesta área, procurei desenvolver uma prática em sala de aula que incentivasse e desenvolvesse a criatividade do aluno, fazendo-o buscar novos meios de ler por puro prazer. A monitoria foi realizada no Centro de Apoio Pedagógico de Educação Básica 2(CAPEB 2)com crianças de 6 a 12 anos. Comecei com a HORA DO CONTO DIVERTIDA. Escolhi primeiro o assunto, neste caso Bruxas, questionei sobre quem conhece? quem ja viu?.... Logo após, ja caracterizada de BRUXA, fiz com que todos alunos entrassem na roda, com muitas brincadeiras e gargalhadas(ha,ha,ha). Pude sentir nos olhinhos dos alunos o quanto estavam achando engraçado e curioso tudo de novo que estava acontecendo. Começei contar o conto da Bruxa Onilda vai a Paris, com muitos facetes e fazendo "caras e bocas", ficou combinado que depois de alguns parágrafos eu iria parar a leitura e passaria o meu chapéu de bruxa para outro aluno, e o mesmo continuaria a contar a história.Foi algo mágico e interessante, pois todos se inseriram na atividade e ela se tornou estimulante, no final todos queriam mais! Ao término da história, pus um baú no meio da roda, com vários livros sobre BRUXAS, só que não disse nada, simplesmente larguei ali; e derrepente aconteceu o que eu queria que acontecesse, os alunos por si só procuraram os livros e começaram a ler e a mostrar uns para os outros, foi tudo de bom.

Para finalizar:após a prática e o estudo chego a conclusão de que como educadora tenho como obrigação inserir no contexto das crianças o mundo mágico da leitura, mostrar a elas o quanto é prazeroso e como é bom viajarmos além de nosso mundinho, do qual podemos ser tudo....princesas, princípes, reis e magos...fazendo assim desse momento algo inesquecível e único e aprendendo assim LER POR PRAZER!

Bibliografia:

ARAÚJO,Jorge de Souza.Caderno de Exercícios:algumas reflexões sobre o ato de ler/Ilhéus:Letra Imprensa,2000,p.127.

DIATKINE,René.Histórias sem fim.Entrevista a Fábio Altman.Revista Veja.Rio de Janeiro,17 mar.1993,p.7-9.

YUNES,Eliana e PONDÈ,Glória.Leitura e Leituras da Literatura Infantil.2ed;São Paulo:FTD,1989,p.151.

Acadêmica:Fernanda Pereira Dias

Um comentário:

múltiplos... disse...

Amplie e aprofunde esta temática tendo em vista novas intervenções em sala de aula. Abraços!!!

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