Monitoria

A presente monitoria realizou-se com alunos da 1ª série. Procurei dentro de minhas estratégias, trabalhar os diversificados gêneros literários a fim de ampliar os conhecimentos da leitura e do mundo como fontes formadoras e enriquecedoras de desenvolvimento intelectual e assim buscar dados que fortaleçam as evidencias dentro do contexto apresentado. Dentro desta proposta procurei criar momentos que ressaltassem a importância da leitura enquanto processo aquisitivo de novos conhecimentos priorizando sempre as constituições adquiridas anteriormente ao espaço escolar. Minhas observações ficaram centradas em três vivências distintas as quais fixei meu olhar como fonte fundamentadora de algumas análises observadas durante minha prática. A exploração dos livros exibidos em um cantinho literário dentro da sala de aula serviu-me de marco interativo para os alunos com o mundo encantado da leitura. Todo o material coletado durante minhas intervenções foi devidamente equacionado dentro das estruturas teóricas de autores que fundamentam minhas investigações como dados concretos.
Sabe-se que as histórias infantis mexem com a sensibilidade da criança, por conter histórias que retratam fatos que fazem parte do seu cotidiano.
Pensar e escrever sobre histórias infantis é algo encantador, pois nos traz lembranças do passado, nos faz guardar na memória para passarmos para outras gerações, mexe com nossos sentimentos, nos faz sorrir e muitas vezes chorar. Na verdade as historias infantis misturam fantasia com realidade, é isso que as tornam tão significativas.
Pode-se dizer que as histórias infantis servem como estímulo para que as crianças possam interagir sobre ações que muitas vezes estão escondidas por de traz de um sorriso.
Acredito que a literatura infantil estimula o pensar, o refletir e até mesmo o agir, pois a criança interage entre o real e a fantasia. Desde que seja dado espaço para que esta criança possa expressar-se, a literatura infantil é um canal condutor para a formação intelectual dos sujeitos. "A valorização da literatura infantil como fenômeno significativo é de amplo alcance na formação das mentes infantis e juvenis, bem como dentro da vida cultural das sociedades, é uma questão recente”.(Coelho, 1987, p.12)
Sabemos que as crianças se apropriam de histórias e colocam nelas os seus mais puros sentimentos, mas também sabemos que nas escolas, alguns educadores não oportunizam leituras.
A literatura exerce papel fundamental nestas construções, através dela a criança aprende o mundo e a linguagem. As histórias contadas pelos pais, pelo educador são os primeiros contatos com o mundo literário. Através dela a criança "abre horizontes", conhece novos lugares, constrói novos conhecimentos.
Como a criança é totalmente simbólica, a literatura vem ao encontro de suas necessidades e é através dela que a criança começa a questionar, comparar e principalmente resolve, elabora conflitos. O sentimento de amor inveja, morte, medo, perdas, coragem são vividos diariamente pela criança, porém, ela não consegue expressá-la, é através das histórias que as crianças se projetam nos personagens.
Outro aspecto importante refere-se à construção da linguagem. Quando o educador lê a história está mostrando fatos, enfim, auxilia a criança na organização de seu pensamento.
A importância da hora do conto para o desenvolvimento da criança pode ser avaliada. “É através duma história que se podem descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, outra ética, outra ótica... É ficar sabendo da geografia sem precisar saber o nome disso tudo e muito menos achar que tem cara de aula ..." (Abramovich, 1989, p.14)­­­­­­­­­­­­­­­­­­­

Busquei na magia dos livros de literatura, desenvolver atividades que despertassem primeiramente o gosto pelos livros, sucedidos pela curiosidade de saberem o que está escrito em cada página, bem como, promover que a contação de histórias se torne um dos principais mecanismos de criatividade onde as crianças poderão desempenhar os dizeres dos personagens dos livros. Minha primeira investigação se configurou no momento em que distribuía os livros, e explicava qual era a proposta dos livrinhos, meu olhar se fixou no “aluno W”, que não parava sentado, não se fixava em nenhuma das atividades propostas, pensei que fosse para chamar a minha atenção, mas um dos coleguinhas chegou até mim e disse-me,” para não me preocupar que ele era sempre assim “”,... às vezes ele incomoda a gente o tempo todo, briga com a professora,,,, e... também fica batendo nas gurias, ele é assim não tem jeito! Fiquei pensando quais seriam as estratégias que uma professora deveria propor para que ele pudesse interagir com os colegas. Como já estava sabendo da hiperatividade do aluno, procurei aproximá-lo, e participar desta proposta, a assim me conduzi. Mas não me acomodei chamei-o e conversei atentamente com ele, perguntei se ele gostava de ler, e quais eram os livrinhos que ele gostaria que eu lesse para ele e os coleguinhas. Vi o brilho nos olhinhos dele, foi até a mesa escolheu o livro e sentou-se do meu lado, chamei o restante do grupo relatei a escolha feita pelo” coleguinha W“. "Construir e manipular bonecos são atividades que proporcionam grande prazer, além de serem fatores de desinibição, integração no grupo social e especificamente dentro da escola constituem estratégias eficazes para o desenvolvimento de habilidades e fixação de conhecimentos multidisciplinares”.(Rios, 1995, p. 6)
Num segundo movimento executei a leitura de um dos livros escolhidos pelos alunos, para a nossa “contação de histórias”, cada criança foi usando suas habilidades artísticas para enfeitarem suas peças para estrearem em grande estilo o grandioso espetáculo artístico-literário da turma 11. Neste momento procurei centralizar-me em observar “o aluno X”, e nas produções elaboradas por ele por ser um menino muito esperto, de uma atenção muito rápida, suas construções são bem elaboradas, “o aluno X” demonstra familiaridade com o material proposto, sempre muito participativo e desinibido representou o espetáculo com muita desenvoltura e atenção. Vygotsky, diz que: “(...) Na elaboração histórico-cultural, um processo interpessoal se transforma em processo intrapessoal... e essa transformação é resultado de uma longa série de eventos em desenvolvimento. Isto se aplica a funções, como a atenção voluntária, a memória lógica, a formação de conceitos. Todas as funções psicológicas especificamente humanas se originam nas relações entre os indivíduos. A internalização das formas culturais se comprometem, envolvem a reconstrução da atividade psicológica através de signos”. (Vygotsky, 1978, p.78) Nessa concepção vejo o quanto é importante estarmos em constantes renovações de nossos conceitos em relação aos processos de ensino-aprendizagem, bem como, estabelecermos variações nos mecanismos de promoções de aprendizados para as crianças. E como terceiro movimento, o encerramento desta proposta foi em grande estilo. Os alunos encenaram as histórias infantis com as criações artísticas produzidas. Enquanto executava as atividades propostas com os alunos meu olhar se fixou no “aluno M” observei suas produções perfeitas, este aluno mostrou-se tímido, olhar tristonho, mas muito observador, não se manifestou em momento algum e realizou todas as atividades com rapidez e perfeição, porém na hora da apresentação o “aluno M” surpreendeu pela sua desenvoltura e brilhante atuação. (...) ler, escrever, escutar e expressar-se. Estimula a criança sua criatividade, imaginação e formas de expressão corporal, proporcionando um ambiente de aprendizagem rico em estímulos sensoriais e intelectuais que lhe dá a segurança emocional e psicológica e que lhe permita relacionar e criar coletivamente com seus amigos. Alem disso, cria e alimenta o hábito da leitura, aproximando o livro da vida, por isso é importante que esta atividade seja feita em coordenação com professores de alfabetização, literatura e áreas afins." Antunes e Cavalcanti (1995, p.114)

Compartilhar experiências é importante no processo de ensino aprendizagem. Em ambos os lados, tanto como acadêmica quanto como aprendiz, diante dos saberes de cada criança que me oportunizou nesta monitoria um crescimento pessoal acima de tudo.
Através das minhas observações constatei que é indispensável a prática constante em sala de aula, considero valioso esse trabalho, pois ele nos proporciona o prazer de estar com as crianças de ver como eles vêem o mundo a sua volta, seus medos, seus sonhos. Todo dia deveria ser o dia da criança; é preciso respeitar os momentos de brincadeiras, de histórias e de trabalhos com outras linguagens que não somente a escrita.
Procurei ser autêntica, responsável, companheira com os meus alunos e com as pessoas que fizeram parte do processo educativo.
As aulas se desenvolveram de forma satisfatória, os alunos participaram das atividades propostas com interesse e motivação assim superando os objetivos que almejava alcançar no decorrer da monitoria, valorizando e oportunizando os novos saberes.
Referências Teóricas:
Abramovich, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scpione, 1997.
Coelho. Ildeu M. Curso de Pedagogia : a busca da identidade. INEP - séries Encontros e debates, n. 1, Brasília. 1987.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes: 1995.

Acadêmica: Jane da Rosa Rodrigues.

Um comentário:

múltiplos... disse...

Amplie leituras sobre este tema tendo em vista aprofundamento no próximo semestre. Abraços!!!

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